Noddy
Nestas coisas de desenhos animados, confesso que já estou um pouco desactualizado e também desinteressado. A razão é porque não fiquei com muito boa impressão dos últimos que tive oportunidade de ver.
Não me estou a referir aos desenhos animados produzidos para cinema, nomeadamente, alguns filmes da Walt Disney, que mantêm ainda uma qualidade apreciável, mas às diversas séries de televisão com qualidade duvidosa, cheios de guerras no espaço, naves bélicas - como se não bastasse a deste mísero planeta - violência gratuita, formas estilizadas de animais homens, super-homens, super-mulheres e afins.
Casualmente e, para espanto meu, dou por mim a ver um desenho animado chamado Noddy, fiquei simplesmente encantado, ultrapassava tudo o que eu achava interessante para uma criança apreciar: os bonecos, os cenários, o colorido, as músicas, a história.
Corri, desesperadamente, para a Internet, na esperança de perceber o que era o Noddy e encontrei dois artigos curiosos:
O primeiro, com o título "Noddy":
«Há muito que não apanhava este desenho animado. Mas ontem, assim que ouviu o genérico do Noddy, ficou vidrada.
Para espanto meu, não desistiu depois da música. Viu tudo até ao fim! Até ia fazendo uns comentários: ooohhh quando o Noddy saía de cena e tátá! quando o Noddy reaparecia.» [1]
O último, mas não o menos interessante, com o título "Noddy não devia viver sozinho":
«Da última vez que fui a Lisboa trouxe um livro do Noddy para a Xica que, depressa, se tornou num dos seus preferidos. Chama-se "Noddy, tu és capaz". Li-o algumas vezes, sem que acontecesse nada de especial, até que outro dia ela me fez esta pergunta, para a qual não tive resposta, "...Onde está a mãe do Noddy? Porque é que ele vive sozinho?".
Os putos não são maravilhosos?» [2]
Comentário ao artigo:
«O meu filho já perguntou o mesmo. Disse-lhe que na cidade dos brinquedos são todos amigos, como na escola, não estão lá as mães e os pais. Adoro quando ele anda pela casa a cantar "hoje é dia de alegria". Também gosto do Noddy.»
Primeiro gostaria de premiar a inteligência dos putos e depois fazer votos, para que a mãe do Noddy seja tão humana como o filho, para que eu e os miúdos nos mantenhamos cativados.
Espero, assim, que a produção do programa não se lembre de produzir, para a figura da mãe do Noddy, mais uma fantasia do género extra terrestre, estilizada, a navegar numa nave, cheia de artilharia bélica vinda de outro mundo... (como se já não bastasse as naves bélicas deste mundo bem real!)
Finalmente, ainda bem que na cidade dos brinquedos, são todos amigos, mesmo sem as mães e os pais, embora, a criança considere, e com toda a sapiência deste mundo, que o Noddy não deve viver sozinho! Plenamente de acordo, estou simplesmente encantado!
[1]"Noddy"- Filhos - Diário de uma mãe
[2]"Noddy não devia viver sozinho" Sushileblon