segunda-feira, janeiro 31, 2005

Dilbert versus Peter



O Princípio de Peter (Laurence J. Peter) – apresentado no livro "Todo Mundo é Incompetente, Inclusive Você" – afirma que as pessoas são promovidas até alcançarem o seu nível de incompetência. Se o leitor não se considera incompetente, não desespere, é porque ainda não ascendeu a nenhum cargo suficientemente importante.

Este princípio pode-se resumir-se da seguinte forma: um empregado ascende na carreira até ao nível máximo de competência, até ser promovido a uma posição onde é incompetente, ficando por aí. Dessa forma, ao longo do tempo todas as posições seriam ocupadas por gente incompetente.

Mas, mais terrível que o Princípio de Peter é o Princípio de Dilbert.

De acordo com o Princípio de Dilbert (de Scott Adams), a incompetência é justamente o "impulsor" da ascensão na carreira das pessoas, para as afastar o mais possível de quem "efectivamente" produz – as pessoas realmente habilitadas, são necessárias a fazer o que fazem, pelo que não são promovidas com tanta facilidade.

Pelo Princípio de Dilbert, virá a ser necessária menos inteligência nos gestores do que nos subordinados, prevejo, por este facto, que os profissionais qualificados não suportem vir a ser geridos por idiotas.

Assim, os profissionais qualificados de hoje, serão profissionais por conta própria amanhã, trocarão, o gabinete por escritórios e o seu chefe por clientes, aliás, tal como sucedeu, ao próprio Scott Adams...


segunda-feira, janeiro 24, 2005

Concursos

Estas coisas de concursos de blogues, valem o que valem e decerto que não valem grande coisa. Contudo, para mim, servem, quanto mais não seja, para divulgar este espaço, para que outras pessoas, se assim o entenderem, contribuam com as suas ideias, sugestões e comentários.

Nunca tive grandes preocupações com a forma, que alias é bastante simples, as minhas atenções, centraram-se sobretudo nos conteúdos. No entanto estou feliz, quanto um “bloguista” pode estar...

Bem, era só para vou dizer, que passei no Top 75! Aceitam-se comentários!

quinta-feira, janeiro 20, 2005

100 inspiração



Hoje, estou com pouca inspiração, mas apetece-me escrever, digamos que gostava de cozinhar, mas, falta-me o sal e um pezinho de salsa.
Noutros tempos, resolvia-se facilmente o assunto, usando o seguinte expediente: «Oh vizinha, não me empresta um pedaço de sal e um pezinho de salsa?»
Rapidamente, a nossa prestimosa vizinha, nos dispensava a salsa ou os condimentos necessários para efectuarmos a manja, porém, nestes tempos modernos, não há salsa que nos valha, nesta era das novas tecnologias e das auto-estradas de informação qual salsa, qual quê?, tempos sensaborões estes...
Aliás, quando escrevo auto-estradas de informação, vem-me sempre à mente, o nome do eminente corredor de fundo, o tal do Bill das Gaitas, muito dado à alta competição, pouco respeitador dos outros concorrentes, infligindo-lhes amiúde uns golpes baixos, mas isso agora não interessa.
Deveras, nesta era do digital, poderíamos pedinchar à nossa querida vizinha, uns kilobytes de informação, uns megabytes de memória, uma dica para fazer um texto para o blog, claro é isso, a prestante “vizinha” até se encarregou de o fazer: veja aqui!
Ou seja, a segunda Lei de Parkinson tem o seguinte anunciado: «Quanto menor o interesse do assunto, maior é a discussão», pelo que para fazer jus à lei, este texto, que em boa verdade, tem pouco interesse, deverá receber muitos comentários, que é como quem diz mosaicos.
Como é de comentários (leia-se mosaicos) que os blogues vivem e não só, hoje, 100 inspiração apeteceu-me...


segunda-feira, janeiro 17, 2005

Ser jovem



Como já tinha dito, quando estava a dar o pontapé de saída do artigo sobre as famosas leis de Parkinson, vieram-me à ideia muitas situações nas nossas vidas, em que as leis se encaixavam por completo.
Assim, perdoe-me o Parkinson, estabeleci com base na primeira lei o seguinte princípio:

"O jovem expande-se de forma a preencher todo o saber e responsabilidade que tornamos disponível para a sua realização "

Se pedirmos pouco aos jovens, em termos de responsabilidade e de saber, decerto que o seu crescimento, em termos de maturidade não será deveras significativo.
Mas se tornarmos disponível a responsabilidade e o saber, estou certo que os nossos jovens nos surpreenderão.
Ou seja, temos que lhe pedir trabalho, conhecimento e responsabilidade hoje, se pretendemos que os nossos jovens sejam cidadãos responsáveis amanhã.
Os jovens precisam que lhes seja dada a oportunidade de fazerem "história" e de compartilhá-la na sociedade, mais, necessitam de saber que confiamos neles incondicionalmente para a fazer, com tudo de bom ou de mau, que um processo de aprendizagem acarreta...

Bem-haja o Parkinson!

quarta-feira, janeiro 12, 2005

Lei de Parkinson



A lei de Parkinson de Northcote Parkinson (Penguin, 1957) foi primeira publicada no jornal The Economist e depois no livro Parkinson's Law: "The Pursuit of Progress", este, foi talvez o primeiro livro humorístico sobre gestão e, para quem não receia rir de si próprio e das situações nos negócios, tem aqui uma oportunidade para transformar as desgraças do quotidiano numa razão para rir, eis duas das suas leis:

  • "O trabalho expande-se de forma a preencher todo o tempo disponível para a sua realização ";
  • "Quanto menor o interesse do assunto, maior é a discussão";
Usando como exemplo a marinha britânica, Parkinson observou que, independente-
mente da quantidade real de trabalho, o número de funcionários tendia sempre a aumentar. Desta lei, retira-se que um funcionário com quatro horas para terminar um relatório, vai terminá-lo nas quatro horas, enquanto um funcionário que disponha de oito horas para finalizar o mesmo relatório vai gastar as oito horas na sua totalidade.
Independentemente da crítica à burocracia governamental, esta lei pode ser também aplicada a outras situações, e o próprio Parkinson escreveu sobre a velha senhora capaz de ocupar um dia inteiro para enviar um cartão postal, demorando-se na escolha da paisagem, perdendo tempo procurando os óculos ou o endereço do destinatário, escrevendo e reescrevendo com calma a mensagem, e ainda contemplando a necessidade de levar um guarda-chuvas no seu passeio até a agência dos correios. Um homem ocupado, porém, seria capaz de executar a mesma tarefa em três minutos.
Mas a segunda lei derivada do trabalho de Parkinson ainda é mais interessante. A lei explica, em certa medida, a razão porque os projectos mais complexos são facilmente aceites, e os mais simples ficam bloqueados em discussões intermináveis.
A questão pode ser posta assim: quando um projecto é demasiado grande ou complexo, ninguém se dá ao trabalho de conferir os detalhes, partindo do pressuposto de que alguém já o deveria ter feito antes, ou o projecto não chegaria a tomar tamanhas proporções, nem ter tido um avanço tão significativo. Além disso, ficar silencioso é muitas vezes uma forma de disfarçar o desconhecimento sobre o próprio projecto, ou deter um conhecimento que ponha em causa muitas das premissas que o suportam.
Por outro lado, projectos simples são questionados exaustivamente, porque qualquer pessoa se sente confortável em fazê-lo. É uma oportunidade para lembrar aos outros que está a participar, e de poder tomar uma posição sobre o tema, duma forma relativamente segura.
Desta forma, por em causa um projecto simples não tem normalmente grandes consequências técnico-económicas e, como vimos, tem um enorme ganho pessoal.
Assim, nas organizações é mais fácil ratificar um Sistema Informático Integrado de Gestão, do que, por exemplo, um projecto que vise melhorar as vias de acesso num armazém.

terça-feira, janeiro 04, 2005

Exultação - Ano Novo (Parte II)



Alguns amigos escreveram-me a darem conta, que os meus escritos eram demasiado lavadinhos, escorreitos e muito lineares.
Não sendo, assim, a minha escrita, nada, quase nada, controversa. Quando pretendi puxar dos meus pergaminhos para escrever um artigo que tem por base o "O Spleen de Paris", de Charles Baudelaire, para instigar a controvérsia ela aí está. Estala a bomba!
Não me recordo de me ter embriagado de vinho e afins, talvez, quiçá, um grãozinho na asa, numa daquelas festas em que é impossível não ficar, sob pena de sermos atirados aos leões.
Mas confesso, quantas vezes não fui cego e surdo, impenetrável e insensível, incapaz de suspeitar, de adivinhar, de perceber o momento à minha volta! Em suma, de não me ter embriagado com poesia ou com virtude, ou outra coisa qualquer, sem ter, desta forma, nenhum sentimento de exaltação pela vida!
E tu caro leitor? Sim, tu, como te sentes?

segunda-feira, janeiro 03, 2005

Exultação - Ano Novo



As notas, a tinta, os vocábulos, o corpo, são os meios com que os artistas laboram, como alfabetos que, dispostos de uma determinada ordem e segundo uma determinada forma, fazem brotar novas emoções, que anunciam a nós próprios, oceanos longínquos, amazónias completamente inexploradas, países exóticos.

Para nós é difícil conceber, que há poucos séculos atrás, não existiam as obras de Mozart, Beethoven, Bach, Baudelaire, Shakespeare, Monet, Van Gogh. É importante celebrar o seu aparecimento, como tantas outras manifestações maravilhosas da vida e do seu ciclo de evolução.

Quando, levados por estas obras, extasiados, completamente absorvidos, sentimos um sentimento de exaltação pela vida e pelo universo que a gerou.

Versos e pensamentos de Baudelaire vêm-me tantas vezes à memória: «Existem manhãs em que abrimos a janela e temos a impressão de que o dia nos está esperando»

Exultai-vos com que? Com vinho, com poesia, ou com virtude, a vosso gosto.

[... E se alguma vez, nos degraus de um palácio, sobre as verdes ervas duma vala, na solidão morna do teu quarto, tu acordares com a embriaguez já atenuada ou desaparecida, pergunta ao vento, à onda, à estrela, à ave, ao relógio, a tudo o que canta, a tudo o que fala, pergunta-lhes que horas são: «São horas de te embriagares!
Para não seres como os escravos martirizados do Tempo, embriaga-te, embriaga-te sem cessar! Com vinho, com poesia, ou com virtude, a teu gosto.»]
In “O Spleen de Paris”, Charles Baudelaire.